sábado, 25 de dezembro de 2010

Metonímia...

Ontem eu morri
Morri por viver demais
Ontem eu achei todas as cores no mesmo lugar
Ontem eu sorri e chorei
Ontem fui arremeçado aos confins do universo
Pela sua preposição egoísta
Teus pronomes pessoais

Ontem me disseste tudo nas palavras não proferidas
O segredo tornou-se tão público quanto disseminado em minhas veias

Descobri que te amar é um castigo
E serei castigado por anos afinco
Quando finalmente eu encontrar uma forma de ser seu em mim
Ou uma forma de me ser em ti
Eu deixarei de ser sacrifício
E passarei a ser andorinha.


Stefano G. Machado

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

As armadilhas

Enquanto eu me concentrava no que diz respeito entender, nada fazia sentido
Tudo era pra baixo, tudo era pra cima
Nada era
As calotas do meu coração, outrora condensado. Agora derretam suavemente e debruçam-se sobre o medo

Meu coração degelando-se
Minha alma em chamas

O primeiro sinal de que a qualquer momento coisas novas irão assustar
Aparecer
Te fazer sentir
Te fazer perder a cabeça
Usá-la pra fazer embaixadinhas
Encestá-la duas vezes e correr pra o abraço
Daqueles que não tem hora pra acabar

Aí. Olha o fundo sem luz...
Só escuridão
Só...
Até eu chegar a você
E ficar só nós, a lua e o mar.



Stefano G. Machado

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Quando me tornei aporético?

Eu sentado em milhões de anos
Milhares de Deuses
Centenas de religiões
Dezenas de verdades

Nunca ergui meu medo como bandeira

Contemplo a dúvida, mas não perco a fé
Contemplo o sonho. É o real?

Onde despi as minhas sandálias
Ganhei as dores de um caminho cético.


Stefano G. Machado