sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Reações Infantis em Ourobouros


Eis me
Sou madrugada
Sem nome
Sem nada
Da dormência de tuas vontades me fiz assim
Da dor de teu talvez me fiz dor
Uma única centelha de calor
Resto inflável de luxúria
Acalento teu prazer?
Sou a cara se queres cara
Sou coroa se queres coroa
Sou motivo se queres viver
Uma única fagulha de sorriso
Resto dilatável de dissabor
O que faço pra você ouvir?
O que faço pra você sentir?
O que faço pra me encontrar em você?
Enxergo em meu reflexo a piedade contra eu mesmo
São tantos nomes em minha cabeça
Mas em minha boca o seu torna-se autômato
Um robô incontrolável de só coração
Por que não pedes que prove?
Por que não ouves o que digo?
Se me jogo entre as pedras
Me escorro em puro escárnio
Me sangro, me fago
Sou teu complexo de ourobouros
E no caos interminável do limbo
Ainda te completo em minha decadência
Escravo sem fim do teu (meu) declínio
Vais me deixar viver?
Ou vais me amar?

(Stefano Machado) Condensando a dor

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